21.4.13
Contra - Balanço
Se a vida te molda como tu deixas
E encaixa peças onde não possam existir
Do presente que não aparenta ter queixas
Mais tarde fará aquilo que não queres sentir
Nada faças que magoe um hoje perfeito
Entre laços que equilibras em ti
Onde lanças chamas directas ao peito
Nasceu o perfume pelo qual eu já morri
Sentimentos embebidos em dissabores
Numa dupla camada do que é só teu
Por um lado morres de amores,
Por outro lembras aquele que nasceu
Perfume saudável te trago em letra
Pelo que transmites também choro ao sentir
Não é algo que se prometa,
Mas tudo farei para ninguém desistir
(Um contra-balanço, num antro onde batalham guerreiros)
20.4.13
O Mar Que Me Matou
No teu mar me afogaste
E entrei no teu paraíso
Julguei que lá me amaste
E eu tanto tempo indeciso...
Que em altas marés me sacudiste
E ao luar os segredos que contei
Rezei por uma vida que destruiste
A vida que acordado tanto sonhei...
Aqueles momentos em que via a magia
Aquele teu toque como feitiço ficou
Nunca te disse a alegria que sentia
Nunca te disse a avidez que o vento levou...
Atiraste tudo ao mar com avulsão
Fiquei parado a ver-me quebrar
Sem conseguir sequer parar o coração
Sem que as lágrimas me afogassem no mar...
Foste como flor que fraquejou
Que com despeito criou falsidade
A tua marca que em mim sempre morou
Sempre por amor e por amor com ansiedade...
Sinto-me tonto às voltas no teu mundo
Que destas praias não sou bem-vindo
Pertenço ao meu lago profundo
E para lá sigo sozinho e caindo...
Não te peço que perdoes
Nem permito a tua ajuda
Morrerei por ti num mundo sem cores
Levitarei o som da surdez em boca muda...
Para lembrar que um dia já te amei
Para recordar o teu mar sempre lindo
Será último este amor pelo qual lutei
É aqui que paro de sonhar e então eu findo...
Para saberes que foste a razão da minha vida
Para acreditares no meu puro e breve amor
Vou continuar como se a vida já estivesse lida
Vou acabar a sonhar contigo e lembrar a tua dor...
Só para que digas e saibas no teu recanto
Que um dia alguém tão arduamente te amou
Vou ficar sozinho e sozinho morrerei no meu manto
Porque tens o meu coração e por ti nunca parou...
(2006, numa fase que já não conheço...)
16.4.13
Alegre te quero ver sem um sorriso forçado
Muitas vezes sem a dor que te traz atormentada
Acatas lume de um sentir forte e dissimulado
Finges dormir nos sonhos que não te dizem nada...
Nada soltas que não sejam fortes experiências
Afiados gumes a garganta te furam
Fintas a vida com as tuas exigências
Alegre no teu ser quando com mal te julgam
Pintas o céu com tons de esperança,
Aparte do carinho que tenho lembrança,
Para no fim te dar a tua doce mudança!
*
O que é a vida, senão um rodopio, como se de uma dança se tratasse? Uma fase, dividiva em vários momentos, os que escolhemos, e os que não sabemos bem como aconteceram... Uma dança de folhas de outuno, que quando caiem nunca conseguimos adivinhar onde vão cair, no entanto, e no fundo... são só folhas, frágeis e com sede de descoberta, e ao mesmo tempo, a esperança de uma nova vida que nasce, com um novo ciclo a acontecer... A vida... ninguém compreende a vida, nem porque faz sol e estamos felizes, ou porque anoitece e estamos tristes. O melhor... o melhor é escolhermos quando está sol, e quando não está. Escolhermos quando a folha deve cair, ou se, mesmo envelhecida, deveria ajudar quem lá vem. A felicidade, essa, é só um passo, um sorriso, um sentimento, um momento. Não passa disso. Felicidade não existe, momentos felizes sim, mesmo quuando poucos ao dia, faz-me sempre bem.
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