14.2.06

Ia, Pois Ia...

Pois ia...
Ia onde os ventos me levassem
Subiria ao encontro do céu distante
Tocaria no azul resplandescente
Ficaria apaixonado como se fosse seu amante
Pois ia...
Ia onde o sol não queimasse tanto
Fujiria do natural e do normal
Iria onde não houvesse mais ninguém
E fosse eu um único e simples mortal
Pois ia...
Ia onde a fantasia se tornasse real
Queria só o encanto que os livros nos dão
Entraria num conto de fadas
Onde não há ódio nem solidão
Pois ia...
Mas não posso fujir da minha realidade
Não se pode esquecer o mundo e o seu mal
Sou só um sonhador de um mundo melhor
E escritor do bem e do tormento abismal
Pois ia...
Pois ia onde se lesse apenas poesia
E onde tudo isto fosse verdade alcançada
Pois ia onde se passa a fronteira mortal
E os meus versos fossem fantasia sagrada

10.2.06

A ti, maldoso ser!

Vi de tudo e tudo se escondia
Impedioso mundo que me enlouqueceu
Cru e vagabundo entre o tempo que fujia
Todo e só ele que matava por quem morreu
Onde me levaste e onde te escondeste
Rio negro de ódio e solidão
Emagreceste na fome e na doença que venceste
Martirizaste a saúde a quem tinha coração
Antes que o teu tempo acabasse
Nas colinas que ultrapassam o céu esbranquiçado
Unificaste as terras e os mares
E a todos imposestes que pecassem sobre o teu pecado
Louco, audaz servo da maldade
Caminhaste entre mortos e destruição
Ruiste castelos e nem deixaste saudade
Imitaste o criador e julgaste-te adão
Só tu consegues ser tão mau
Orgulharte do bem que de bom nada tem
Sentimentos que traz vazios à tua nau
Tormentos que não lembram a ninguém...
Ouve a mensagem que te leio
Morre longe e não queiras sofrer mais que nós
Ouve porque hás-de ser único e primeiro
Morre onde quiseres em que os males não venham sós
Ouve o grito dos que encheste
Ri-te do mal que provocaste
Entre carne e o sangue que bebeste
Isolaste-te na cura que inventaste
Ridiculo ser de burrice tamanha
Antes que te movas alguém ainda te apanha!

1.2.06

A uma amiga

Vento que te poe no olhar um brilho
E amanheces no meu coração
Rindo e chorando com a vida
Alegrando os outros ao deixar a tua canção
Fervilha em ti a louca bondade
Reconhces o teu dom de meretriz
E lavas a cara com o sol
Inpedindo o mal do que mal se diz
Xadrejas a vida e escolhes o melhor
Ousas continuar e lutas pelo bem
Ouves as pessoas e sentes por elas
Xaropas sempre o estrago deixado por alguém
Imerso o teu nobre mundo
Entregue pela tua mão
Recolhes os frutos da alegria
Fortaleces o teu e cada coração
Apareces sempre no momento certo
Resolveste até o meu contratempo
És a dona do mundo que criaste
Vens sempre no bom momento!