1.11.06

Segredos

Nos verdes caminhos
E loucos sentidos
À parte da razão e da emoção
À parte de ser o que nunca fui
E andar sempre em solidão...
Sou mero andante de sorriso em punho
De Janeiro a Junho,
Sou placido e fraco de Julho a Dezembro
Sou um bocadinho em parte
Do que não vou querendo...
*
Nos anos mais vermelhos
Ensanguentados mas adorados
Carrego deles fardos
E alargo-os ao triste amanhecer,
Sempre cedo de mais,
Sempre sem sol e sem os sons banais
Dos meses que alaranjam e perdem côr
E àqueles que nunca me vou opor
Para enriquecer em simpatia
E na minha alegria
Só eu saberei o seu sabor...
*
Nos momentos mais fechados
E aos meus sonhos atados
Largo-os para se entenderem
E sozinhos perceberem
Que não os posso realizar,
E junto ao mar,
E nunca por lá perto,
Faço da minha vida um deserto...
Faço do verde um incerto...
E do vermelho um caminho nunca aberto...

4.9.06

Louco e Bom

Até nos cruzamentos da vida me escondo
E nego o que à vista sou..
Abro a arca e os segredos lá vou pondo
Porque a mais ninguém os dou!
Sozinho, irritado, fraco e sem esperança
Aperta-me a cura que não quero ver
Se sou louco é porque loucura não me cansa,
Se sou são é porque sanidade não quero ter!
Vejo o mundo ao contrário
E ao invés caminho em frente
Leio de trás para a frente o dicionário...
Acredito em quem sempre me mente!
Não me há-de a normalidade matar
Nem a rotina sequer me enclausurar
Quero ser livre e loucamente sarar,
Quero ter duas vidas sem ressuscitar!
Mas a loucura não me quer bem
E o bem é louco demais em mim,
Só posso ser falso a ninguém...
E dar a verdade em falso fim...
Que da loucura faço vida,
Da vida faço embuscadas...
A morte em mim é alma caída,
Viver é chorar lágrimas encantadas...
São fantasias tão reais,
Que sonhar me faz acordar...
Enquanto tenho actos radicais
E a rotina sempre a quebrar!
Até nos cruzamentos da vida me isolo
Mas se me cruzo nunca há solidão
Ser louco é só mais um pólo,S
er bom é ser louco por tradição...

16.7.06

Felicidade é:

Não estou sozinho no mundo
Nem sequer na solidão de um monólogo
Mas sinto-me a delirar no meu fundo
E a inventar histórias num prólogo!
É como olhar a noite e ver o dia
Ler um poema e ser um excerto
Fazer desaparecer a própria magia
Olhar o branco e ser preto!
Estou perto do distante
E longe do que sou
Vejo a diferença no constante
E volta sempre o que o vento levou...
Estou diferente e sou sempre eu
Acordo outra vez a sonhar
Volto a ver o que já morreu
E durmo para nunca mais acordar!
Porque nos sonhos escondo alegria
E na alegria oculto o teu chamamento
Sem saber o que sem ti faria
Se não me tivesses tocado o sentimento..
.À pressa largo gritos
Num ápice escondo choros
Felicidade é morrer em infinitos
E fazer a voz que me ama cantar em coros

3.7.06

...

Apresso-me a fechar os olhos
Para sonhar em solidão
Atiro palavras aos molhos
Irritado com a minha condição
Vieste dar-me um sorriso
Ocultei e sarei a dor
Fizeste o que era preciso
Paraste um pensamento sem valor
Emanaste mais que amizade e carinho
Lavaste-me os olhos para os poder abrir
Irritei-me e fartei-me sozinho
Acordei e por ti posso sorrir
Dou-me à tua presença porque agora estou bem
Assim posso continuar e tu és mais do que ninguém!

26.6.06

Porque nunca há uma resposta

Procuro pedaços de cor e magia
Particulas de sabor ao longe avistados
Ouvia a música da alegria enquanto te sentia
E na procura fechava sorrisos encantados...
A luz perpétua tapava-me dos sonhos
As cores quentes davam-me um melhor momento
Fiz esquecer ricos enfadonhos
E cresci com vida num pobre sentimento...
A verdade que me conquistou
O mundo que me sorriu
E prometi ao vento que me alertou
Sangrar em água que nunca sumiu!
Nas perguntas eternas sempre sem resposta
Esqueço os segredos de as tornar brilhantes
Porque o mundo não sou eu nem de quem se gosta
Porque viver é agora, não é depois nem antes...
Nos cruzamentos que me dividem e me atraiçoam
Esqueço o óbvio e parto no meu caminho
Porque o mundo não é matar pelos que magoam
Porque viver é andar acompanhado e nunca sozinho...
Nos altos e baixos em que me torno imóvel e confuso
Alargo o sofrimento e penso ao meu redor
Porque a minha alegria ou tristeza atinge tudo
Porque tudo fica estranho quando estou pior...

19.6.06

The End

Incandescente de alegria
Pela formusura que abri
O erro que magoado pedia
Acaba de vez o que já sofri!
E tonto e mal sabido
Acabei por romper o perfeito
Dos feitios que havia esquecido
Eu nada e ela era o defeito!
Doeu como quem arde vivo
Mas o resultado pode bem
amor não mais cativo
A quem não merece amar!
Não é um desabafo isto que me acolhe
Nem ascenção no posterior suspiro
São lágrimas secas por que não há quem as molhe
E ao teu lago de falso amor não mais me atiro!
Penso no porquê e é sempre tudo igual
Penso sem pensar como vai acabar
Acabo por ser eu a ficar sempre mal
Eu choro e ela feliz por tudo parar!

14.5.06

Hoje

A tua voz quente embriaga-me,
Deixas-me a ver tudo torto e mal
Bebo fogo e a tua boca apaga-me
E volto a arder em dor sentimental
Como se tudo louco me rondasse
E as nuvéns já não caminhassem
Como se dor por ti já não inchasse
E as estrelas todas se quebrassem
Tu fazes isto tudo em mim
Acordo sempre a pensar o que foi ontém
E amanhã sei que não vai ter fim
Perco-me em segredos que de ti me contem
Estou sereno mas revoltado
O amor não me liberta mais
Tu és o meu lado sagrado
E sem ti sou fraco demais
Alimento-me do triste nada
Basta para viver em ti pensar
No meu livro és a minha fada
No meu corpo a força para amar
E só amo com força a ti
Só tu me consegues compreender
Esqueço tudo o que já vivi
Contigo algo novo hei-de aprender
É tudo o que mais quero
Não há outro forte desejo
Pelo tempo eu espero
E aguardo o teu doce beijo
Só assim vou poder voar
E poisar nos teus sonhos
Por ti vou o mundo encantar
Com amor sem ditos enfadonhos
Só assim vou conseguir ser eu
E dar-te a minha simples gratidão
O que já fui sempre morreu
Hoje, tu és o meu coração

12.5.06

A ti, que não sei quem és

A ti, que mostrei o valor de um olhar
Que de lençois fiz aventuras sem fim
Que em dias de chuva fiz o sol brilhar
E te fiz querer que há amor em mim
A ti, que ao longe te dei saudade
Que entre paisagens desenhei a tua imagem
Que do mundo te afastei da maldade
E por ti arranquei do fundo a coragem
A ti, que fiz ver um melhor amanhecer
Que em cores vivas te mostrei a simplicidade
Que por ti mostrei ser capaz de morrer
E sem ti já não sei o que é felicidade...
Estonteado com palavras que dito ao vento
Falo de ti como se te conhecesse
Por o não ter feito eu tanto me lamento
Mas falhei por achar que o merecesse...
Achei que ao de leve não troquei aquele olhar
Só nos sonhos os lençois tremeram
A imaginar a chuva fiz o sol brilhar
E o amor, só na fantasia o prometeram
Achei que sentiste saudade
Ao ver aquela imagem em todo o lado
Mas eras só tu e eu sem identidade
E por isso é que agora pago...

6.5.06

Ao Moncorvense


Ando descalço e contente
Nas pedras da minha igreja
Torna-me são e valente
Pisar o chão que a virtude beja!
Fica de logo leve o atrito
Fica-me presa esta tradição
Vejo a minha igreja como um mito
Torre de Moncorvo no coração!
E sei, luto pelo sitio onde vivi
É aqui que mora a minha paixão
Levo a todo lado o que sempre senti
Caio em sonhos que me levam à tentação!
Na calçada que de beleza me mantém
Que atentamente aprecio este templo
A magia que mais ninguém tem
Que com lágrimas isto contemplo...
Nem o tempo roubou o lindo feito
Nem a velhice faz isto esquecer
Teremos o monumento ao peito
Moncorvenses até morrer!

1.5.06

As coisas escritas

As coisas que faço não podem ser escritas
As que sinto não podem ser vistas
O calor que me consome não é pecado
E o amor é o futuro do frio do passado
A alegria com que vivo não se descreve
A simpatia que dou nem a todos serve
A verdade com que falo não me engana
E a minha saudade não é típicamente humana
A saúde que me dão não é longa
A paixão não é meramente eterna
Mas um ser me ocupa o coração
E o coração não dorme nem hiberna
O prazer é infinito e incolor
O meu é definitivo e colorido
O amor nunca se vive num dia
E eu um dia mais por ele havia já sofrido
A minha sina é clandestina e intemporal
O meu martirio é sangue dado como imortal
A cura que me dão em tempo algum
É igual a tantos por ser só mais um...
As folhas onde escrevo são incontrolaveis
Escrevo sentimentos incontornaveis
A solução é nem sempre tudo escrever
Para a recordação não me fazer sofrer
O coração que de tudo guarda
A tua imagem não mais apaga
E aquilo que um dia já senti
Vem sempre lembrar que por ti já sofri
As coisas eu consigo sempre escrever
E o coração guarda as suas tentações
O amor também me faz porém entender
É a viver que se ganha um misto de emoções!

18.4.06

Inimigo do amor

Continuo a flutuar imponente
A percorrer os segredos da mente
São apagados corações que ardem em fogo d'água
Tentações secas e queimadas pela mágoa
Pouco há a fazer ou a dizer
E o pouco que se faz acaba por desaparecer...
As lágrimas afogam-se com dor em demasia
E a felicidade volta noutro pior dia...
Já não se escolhe com quem se está
Não importa ser boa ou pessoa má
A amargura consome quem por amor se isola
E aos fracos aperta tanto que agasola...
Perdeu-se o sentido de viver por alguém
No amor já ninguém conhece ninguém
Nasceu a loucura da aventura
E o colapso que tantos corações fura...
Poderemos estar de olhos fechados,
Dar distância sentindo que somos amados?
Poderemos descansar com este perigo,
Pensar que amar é ganhar um inimigo?...

13.4.06

Digo o que penso

Digo que nunca,
Digo mais uma vez...
A tua face não desvaneça para sempre
Digo que amar,
E por ti lutar...
É ter prazer e fogo louco sempre ardente!
Digo que passou,
Digo o que ficou...
Relembro tudo o que quis conhecer
Digo amor,
Digo que sem dor...
Não se põe à prova o que se pode merecer!
Digo que nem sempre,
Digo à tua frente...
Consigo soltar palavras que nunca ouviste
Digo que amei,
E por ti lutei...
Mas o baú dos segredos nunca o abriste...
Digo-me culpado,
Digo-o apaixonado...
É tão dificil tentar e conseguir falar
Digo que amar,
E por ti lutar...
É mais daquilo que podia esperar!
Digo que sim,
Digo que não...
Não sei se amar-te será sempre ilusão
Digo amor,
Digo que sem dor...
Não se consegue atingir um bom coração...
Por ti,
Por mim,
Levava o mundo ao fundo da doce dissuloção
Porque sim,
Porque quero,
Sou doente, viciado em ti como desnorteado turbilhão
Por tudo,
E em tudo,
Faço como se estivesses sempre do meu lado
Porque sim,
Porque quero,
Poder tudo fazer sem que saia magoado
Porque existes,
Porque és tu,
Eu estou feliz e dou tudo o tenho a dar
Porque sim,
Porque quero,
Esta amizade crescente poder imortalizar...
Porque és o meu sol,
Porque és tudo para mim,
Eu faço o que for preciso para te adorar
Porque sim,
Porque quero,
Ter sempre a amizade que tanto me faz amar...

12.4.06

Viver no passado

Bem desse mal que bem te consome e tem
Real esse falso atributo que só a ti convém
Imposto e dado por alguém que não é ninguém
Levado e atado por ninguém que julga ser alguém
Horas te mentem e te fazem suar sem calor
Atrás de um passado que só te trouxe mágoa e dor
Rumaste ao mesmo sitio e seja para ti o que o futuro for,
Não largas essa teimosia de sofrer por amor!
Olhas bem o futuro mas o passado te consome
Escolheste avançar na mente o passado que em ti dorme
Secaste ao vento e o vento te matou a fome
Com nenhumas lágrimas desse cúmulo enorme...
Um dia vais perceber e tentar continuar
Ruínas desse tempo vão-te ainda querer mostrar
O brilho que no escuro fizeste acordar
Além do sono infernal que te acabou por matar
Continuas e acreditas num mau passado
Orgulhaste de teres sido sempre mal-tratado
Ridiculo, absurdo e fervil fardo
Dares a ti o mesmo sol que te havia queimado...
Ainda estas a tempo de igualar o teu presente
Ruma a norte e anda em tom crescente
Ainda estas a tempo de esquecer quem te mente
Dares a ti um sol que te dê vontade de olhar em frente
Olha e vê só essa causa que te atinje e magoa
Rastejas no céu como mortal que nem é pessoa
Mais que isso é esquecer a vida má e brilhar na boa
Impõe a tua regra,
Regressa ao teu presente que tudo tem e nada escoa...

11.4.06

Deixar acontecer...

Parei o tempo e o mundo parou
Ondulei o vento e a maré mudou
Risquei o mal e plantei corações
Quis banir sangue e criar tentações
Um mais e melhor que qualquer dia
E outro menor e mais longo me fujia
Outro amor que anoiteceu e quis ver
Algo melhor que ao luar foi acontecer...
Melhorou o canto que acordou na terra
Orgulhou o dia e a noite que a encerra
Rimei como se o longo caminho fosse estreito
E com a mão dei asas aos seres que trago no peito
Amarei o mar que trago na secura deste lugar
Marcarei o sol com belos enchentes de luar
A suave tradição de me querer despertar
Incapacita-me na má hora e farto-me de amar...
Ouvirei o que a saliva tiver para dizer
Rir-me-ei do choro que a felicidade me faz perder
Fartei-me de não poder tudo contar
Estou solto e livre e quero poder amar!
Libertei da terra as sementes da dor
Incluí na minha história o teu doce sabor
Com tudo o que nada me alcançou e fez cair
Invadi um espaço louco que quero fazer fluir
Dei o que tinha e o que não tinha
A única solução não é só minha
Dei amizade, loucura e poder querer
E hoje sei que amar é deixar acontecer....

7.4.06

Dedicatória

Percorro um caminho escolhido
Num imenso acontecimento
Único do nascer ao falecido,
A vida que é só um grande momento
Ando por um caminho que parece nunca acabar
E não encontro desvios ou cruzamentos
Ando a direito e o tempo cresce sem demorar
E faz-se tudo em guerras de prazer e sentimentos
É um redondo sem curvas que percorremos
Um caminho fechado com alterações a cada instante
É o bem e o mal que sem querer vivemos
Hoje sou certo e feliz, amanhã triste e errante...
Mas há sempre aquele ser que nos faz companhia
Que faz da vida um caminho inconstante
Alguém que nos mostra a luz e a magia
Sendo simples amigo ou grande amante
Andarei sempre no meu caminho estreito
Sim, vou continuar sem mudar o que sou
Sei que vou ter sempre um amigo perfeito
Que me diz onde irei e onde estou...
A minha vida podia ser um precipicio bem grande
Podia até ser um beco fechado e sem saída
Se é uma alegre estadia é porque há quem mande
Quem pessa e quem não a queira desentendida...
Escolhi um caminho onde há muita gente
Escolhi a estrada da mais pura alegria
Não é os amigos que eu trago na minha mente
É a minha vida por eles,
De que farei sempre uma fantasia!
*
Queria dedicar este pequeno, mas sentido poema a todos os meus amigos, principalmente aos que acompanham o meu (que eu considero) trabalho. Não vou falar em nomes, mas essas pessoas sabem bem quem são. Devo muito a eles, acreditar em algo que eu escrevo, é pra mim força para continuar a tentar entrar num sitio que desconheço e percorrer um caminho mediante as palavras que me forçam a olhar para trás. Espero que sintam a intensidade, assim como eu intensamente escrevi. Aproveitei para me deliciar num aspecto que me continua a marcar, as palavras e a vida, não sou escritor e muito menos poeta, mas é a melhor forma que encontro para me exprimir, criticar ou contar meras histórias. Obrigado pelos comentários, obrigado pelas criticas, obrigado pela forma como avaliaram a minha poesia e a minha pessoa, seria importante para qualquer um saber que não criamos nos outros má impressão nem más ideias, sou uma simples, não preciso de nada para viver além dos amigos e das vossas, e das minhas palavras. Obrigado por tudo, é apenas...A minha maneira de pensar...

5.4.06

Arder por dentro

Lerias tu a minha alma ensanguentada
Encontrarias o poço da felicidade?
Verias que para além de mim não há nada,
Enquanto morrias farta de maldade?
Ensinei-te a sofrer com calma e sem dor
Senti contigo a falta de sinceridade
Umas vezes ao frio, outras ao calor
Até que quebraste a mentira da verdade
Viveste um mundo de chamas congeladas
E mostraste-me um conhecimento que não praticas
Ocultaste as armas com que me matavas
Tanto tempo e que tão bem tu imitas!...
Eu fui só um tempo livre para ti
Um só mais um que enganaste
Morri aos olhos da cega que não vi
Orgulhosa do tempo que com tempo brincaste
Mostra quem és e quem no fundo sempre existiu
Eleva ao pecado essa dama sem respeito
Não teimes em ficar com o interior que te mentiu
Teima antes em solta-lo e acabar com o mal que está feito
Ouve a tua propria mente que te chama
A voz pura que no fundo ainda ficou
Raízes de alguém bom que tu e a ti te ama
De outros tempos que tudo e a ti te amou...
És fraca e forte, louca e viva
És quente e fria, amarga e doce
Mistura a minha voz muda ao que te diga
Faz o que foi como se feito já fosse
Ou detesta o que em ti és mal
Gostas do bem que é no fundo teu e teu somente
Ou mistura na alma um pouco de sal
Como fervilha o mar com ele fervilhará a tua mente!
Onde te foste meter que da vida não vês nada
Muitos rejeitariam esse teu solitário fim do mundo
Onde te foste tu meter, que da vida te viste cercada
Sinto que o teu corpo é morte, em calor profundo...
Esquece, perdeste-te para sempre
Num lugar que conheces bem
Tinhas tudo para olhar em frente
Impediste com o mal que o bom fosse alguém
Mente e continua a ser só tu sozinha
Encontra outra atitude de ruína
Noutro dia
Todos os dias dentro de ti
Onde a tua alma e na tua alma nunca se ilumina..

4.4.06

Obra do tempo

Assinei o teu nome em todo o lado
Poisei os braços sobre ti para te abraçar
Soltei as palavras que nunca tinha mencionado
Movi o mundo por ser impossivel amar
Doi saber que continuas tão distante
Tragos de dor ocupam o meu tempo
Fobia minha querer ser teu amante
Para sofrer sozinho com tudo cá dentro...
Trago no peito a tua imortal imagem
Ponho no ar o cheiro que de ti ficou
Encontro na memória apenas uma miragem
Pioneira da saudade que o vento nunca levou...
*
Acaricio o romance sonhado
Para me levar ao passado confuso
Atolado de muito ter amado
Livre de dor que nem um parafuso

Dantes era como vida e morte
Evoluida ao correr do tempo
Pisava o mau olhar e muito forte,
Elevava a felicidade a um só momento

Tempo que não posso congelar
Alma que sofre, alma que não pode amar
Para outro momento poder felicitar

1.4.06

Eu amo o sol, o sol da minha vida

Mais uma vez numa fantasia
Navego na mente um quanto tonto
Sinto sede e fome sadia
Sinto-me fraco mas sempre pronto
Leio nos olhos a verdade escondida
Uma citação que arde em vergonha
Mais uma que ficou perdida
E só sabe quem com ela sonha
Só eu sei e só sonho eu
A minha fantasia nem sequer tem cor
Mas é um sonho sempre meu
Viver negro o limite do amor
Mas o meu sonho é brilhante
E reluz com muita vontade
Por um lado sempre marcante
Por outro com mera vaidade
Não digo o que acontece
Nem consigo explicar o meu sonho
Por alguém que não merece
Ver a vida como eu a disponho
Será mais uma louca viagem
Um encontro perdido da memória?
Mas não encontro a minha margem
Nem o cais da minha história...
Navego ainda e sempre tonto
Uma vez mais noutra fantasia
Um sonho que se torna um conto
Sem cor e com brilhante poesia
Aquela luz que me tapa o olhar
E não me deixa ver uma saída
A luz intensa que me faz gritar,
Eu amo o sol, o sol da minha vida!

27.3.06

Alicerces da minha vida

Mais um minuto daquilo
E desfaço-me completamente
Que berros, que aflição
E eu ao lado sofro suavemente!
É este monte e esta floresta
Onde me fiz e onde me educaram
Mas a cor natural às vezes falha...
E agora as turras não param!
E eu? Que posso eu fazer?
Nada, Fico parado a assistir
Ou fujo e corro para longe
Não são coisas que consiga ouvir!
Só não queria que fosse assim
Não queria que isto pudesse piorar
Não queria o monte afastado
E ver a floresta engolida pelo mar
Posso plantar esperança em mim
Neles nada posso fazer
Preferia o sofrimento...
Do que ver isto morrer!
Vou só deixando muita cor
Talvez a alegria venha depois
E espero ver no meu mundo
Sempre juntos estes dois!!!

24.3.06

Mais um sonho...


Onde irei eu sem conhecer ninguém
Mudar o que é impossivel
Um destino incerto e porém
Nódoa dum ser sempre invisivel
Dou-me um chance de resistir
Onde a guerra parou de chorar
Na colina verde e azul que custa a subir
Algures num mundo onde não há fome de matar
Sim, sou eu e essa minha fantasia
Marca de luz que me faz viver
Importante no meu dia-a-dia
Na melhor altura e até quando estou a sofrer
Horas que passam sem me querer ver
As minhas memórias são o melhor espelho
Será sempre a maneira de me entender
Mais além do meu céu laranja e vermelho
Antecipo mais uma vontade
Onde o querer passa por bem-estar
Sopro o vento por necessidade
E morro outra vez para me libertar...
Ouço aquela luz que me chama
Mudo de rumo ao seu apelo
Entardece no paladar o sabor que me ama
Um dia mais para poder entende-lo
Digo que não, que não vou mais subir
E o monte abre-se para mim
Serei eu o rio do mundo onde tento não cair
Terei eu um lugar no sitio que vai ser o meu fim?
Imagino...E sinto-o assim
Não me vejo sem o meu perfeito cúme de esperança
Olho a toda a volta e há quem chame por mim
Impeço-me de sair daqui, e a subida já cansa...
Não, não vou cair nem sequer parar
Construí algo que vai ser o meu futuro
Entre fogo e destruição não vou abrandar
Romperei o teu lago de chamas e saltarei esse teu muro
Tenta tirar-me daqui e verás que não vale a pena
Olha à tua volta e tudo é maldade
Não há mais ninguém que me acena
Onde estive nunca deixei saudade
Fartei-me de um mundo sempre igual
Inventei o meu onde há prazer
Mostra-me um sitio onde não há mal
Dirte-ei se posso ou não lá viver
Onde vou também não digo
Morreria de traição
Um mundo onde não há perigo
No centro do meu coração
Deitei tudo fora que não me desfaço em valores
Ontém era mais um, hoje sou novo de amores!

23.3.06

Há felicidade lá fora

Nos canticos daquele rouxinol
Vi alegria e pura liberdade
Lembrou-me da beleza que me dá o sol
E trouxe à tona a minha felicidade
Ver que um simples e pequeno ser
Pode fazer a natureza bela
Dá-me vontade de viver
E tar na vida bem dentro dela
Saber amar, querer e surpreender
E tudo poder olhar e avistar
Afinal a vida até é bela de se ver
E não é preciso sequer sonhar
Basta procurar esse local
O sitio do nosso bem-estar
Quero a natureza afastada do mal
No sonho onde acordado vou ficar
Perdo-o tudo e não guardo rancor
Quero em tudo que tudo esteja bem
Fazer do mundo um sitio de amor
E da guerra um acto de ninguém
Espalhar a paz e a bondade
Que toda a gente se una comigo
Fazer do erro humildade
E a ninguém dar um inimigo
Posso passar do sonho ao real
Fazer um mundo perfeito e distinto?
Posso dar um coração, desfazer o mal,
Dar a cada mente isto que eu sinto...?

18.3.06

O amor não gosta de mim

O amor, afinal o que é o amor?
Uma corrente controversa
Um fio de linho que arde sem calor
Ou a mania de usar uma palavra preversa?
É o duro, fanático amor...
Que nos desilude e nos dá volta à barriga
Que nos faz perder tudo sem voltar a por
E no fim não passou de uma cruel intriga...
O amor, haverá maior sofrimento que isto?
Não podemos pensar sem pensar noutra alma
Não conseguimos agir sem que o acto seja um misto
E pensamos só em como não perder a calma...
É verdade, o amor também é bom
Mas quando nos ataca o ruim lado dessa paixão
Preferiamos que não houvesse nenhum som
Naquela altura onde quem falou mais alto foi a tentação...
Ai que dor, que dor em não te tocar
E passar a noite contigo
Fico horas a vê-las passar
E nem um olhar, nem nada te digo...
Que castigo!
Que horrivel sensação!
Eu sou teu amigo...
Mas pede mais o coração!
Não consigo parar de pensar em ti
Isto assim vai acabar por me matar...
Eu até medo tenho do que já vi
Mas prefiro deixar andar...
Se tenho ciúme e não me despego
Alguma coisa significa em mim
Se paro para pensar em ti
Já não faço nada que tenha fim...
Assim não vou a lado nenhum
E já me fartei de sofrer
A verdade é que sou mais um dois em um
Penso em ti desde a manha até ao dia morrer

12.3.06

sentidos por ti

Cheio de um vazio que tudo tem
Apologista de uma ideia inventada
Recordo algo que nunca foi meu
Invento o passado numa ideia ultrapassada
Nada do cheio o vazio já tem
Aparece alguém que me desperta
Peço uma mão dá-me tudo
Entre a porta nunca aberta
Ridiculo sangue que não fervilha
E a tua ajuda é tão dolorosa
Impede-me de sofrer feliz
Rente ao amor que soltei em prosa
Aponta-me o dedo de mão fechada
Castiga-me com doces tragos de letras
Atreve-te a mentir com a verdade
Ri-te de mim sem que um sorriso prometas
Incapacita-me de voltar à triste memória
Navega sem nau no meu seco rio
Aproxima-te sem que perto seja
Pede que tudo te neguem neste meu navio
Enquanto olho por ti sem que nada veja
Rondo os meus 5 amigos primeiros
Encontro o teu olhar no paladar
Incacitado de ouvir quando toco os teus cheiros
Raramente cegado por te ouvir falar
Apetece-me tocar o sabor do teu doce olhar...