17.11.21

Dentro, um sonho.

Fechei as portas, corri as persianas, desliguei a luz.

Fiquei em silêncio, fechado por fora, e fora o coração que está dentro, que explode de emoção no silêncio do que eu enfrento, cora a toda hora, à espera de quem demora e por quem canta do lado de fora...

Tudo fechei, mas silêncio não notei, e sem saber que aquilo que sei, que sonha do lado de fora, que cora a toda a hora, eram tolos desejos, que tenho em todos os beijos, sem saber que os seus efeitos, à espera de quem demora, já explodira de emoção, e cantara até então...

O silêncio foi perturbador, resfriado com picadas de calor, que agitaram a calma que tinha na alma... E rápido como quem cumpre uma lei, como quem me tira tudo o que lhe dei, como quem sabe que é dono de tudo o que eu sei, acaba.

O sonho acaba, abro os olhos, o silêncio terminou.

As palavras que o coração recitava ficam sem fim.

O sonho acaba.

Acordei.


13.11.21

Sempre.

Planeias no tempo a dor que te consome

Mandas ao vento gritos de poder

Afastas o espírito que em ti dorme,

Angustiada porque ele te quer fazer perder


Frágil vida que ainda tanto tem para dar

Liberdade parada por quem tudo pode querer

Ternura de menina que sem nada o esperar

Ruía por dentro no medo de não parar de sofrer


Eleva-te querida e leva-me contigo

Ralha ao vento, mas sem grito sofrido

Tranca a sete chaves o teu último gemido.


...sempre!


*


Não é normal a existência de um poema construído por dois quartetos e um terceto, fazendo-o parecer um soneto inacabado, porém, também com isso quero enaltecer a luta que vai ser travada e a vida que ainda TEM que ser vivida. É um soneto inacabado, porque o que ele transborda são mais que versos rítmicos e ideias melancólicas. É um soneto "aberto" que prepara uma viagem ao infinito por aquilo que de melhor a vida nos dá, a simplicidade de VIVER. Sempre.