13.12.05

Amor depois de morrer

Escrevo sem sentido,
palavras que o tempo escondeu
E sinto-me perdido, horrivelmente desentendido
Afastado e desligado deste destino que alguém me deu...
Não sei se hei-de amar, pretender ou gostar
Nem sei de que valores me fiquei por ti
Só sei que sei sonhar...
E acreditei no que vi...
Que nem um tonto numa espécie de solidão
Que nem um amor feito e fabricado de tentação
Sou a ansia em pessoa que espera sem mais não,
A amargura de uma falhada e triste traição!
Não, não serei mais eu a caminhar o futuro,
A viver só com ar puro e impuro
E a saborear o mar, a vê-lo afastar
A descer um monte
Para saber que a subida me vai custar...
Não cairei mais em pedras bicudas que me rasgam o coração
Voltarei a ser sozinho e se for preciso não te pedirei a mão,
Farei com que tudo seja sem tu fazeres parte
Com que cada segundo viva eu e só eu
Andarei só com a sombra e a alegria que prometeu amar-te
Só com a vidência que permaneceu e a loucura que por ti morreu...
Desisto de tentar sermos um
Prometo só eu ser dois ou três
Os que forem de mim que tu vês
Os que fizer de mim e em bom português,
Cantarei ao mundo quem tal me fez,
Direi tudo mais uma vez
Sofrerei e espetarei pregos a cada mês...
Se for preciso que te afastes outra vez!
Não és o doce que me acolhe em harmonia,
Nem a própria amêndoa amarga é mais azeda que o teu beijo
É mais que tu qualquer minoria, qualquer pouca coisa..
É mais belo que o teu qualquer mau desejo...
Afasta-te, fica longe para que possa ser só eu,
Não queiras que pense que tudo foi por maldade,
Mas se for só eu e o meu mundo este mundo meu,
Nem sequer irei sentir que um dia senti saudade...

2 comentários:

Victor Leal disse...

Isto é de um gajo ficar parvo, muito bom mesmo!Tu és 1 bitxo,adoro o que escreves e adoro a forma como escreves, sabes dizer o ke sentes e sentes o k dizes, isso eu sei! Grande Abraço Man

Anónimo disse...

Maldito sejas tu que eu encontrei na vida,
como se nao bastasse a tormenta sofrida
sem culpa e sem perdão;
por tudo o que eu quis ser e que alcançar nao pude;
por toda essa amargura e toda essa inquietude
da minha solidão.

Maldito sejas tu, pelas noites sem sono,
pelos dias sem sol e as horas de abandono,
de tristezas sem fim...
Pelo amor que esbanjei, generosa às mãos cheias,
e apenas vi florir pelas searas alheias
e nunca para mim.
Pelos passos que dei sem rumo, desnorteada,
nas trevas tacteando... (é sempre escura a estrada
quando a gente vai só)
Por toda essa extensão de enganos percorrida,
pela enseada de paz para sempre perdida
e transformada em pó...

Maldito sejas tu, que por capricho, um dia,
do meu ser transformaste a serena harmonia
num rugir de paixão.

Maldito sejas tu! Teu riso, tua boca!
Para cuja mentira e hipocrisia e pouca
a minha maldição.

Maldito sejas tu, que infiltraste em meu sangue
todo o calor macio, aveludado e langue
da tua voz sem par.
Por tudo o que eu perdi por te haver encontrado,
pelo tempo tao longo e tao triste passado,
em silêncio a chorar...

Maldito sejas tu... Mas, se um dia voltasses,
e o remorso no olhar e lágrimas nas faces,
me pedisse perdão,
eu, na porta entreaberta e mal iluminada
sem nada te dizer, sem perguntar-te nada
te estenderia a mão!

;) Carina