13.6.05

Este espaço curto de terra
Que me prende, que me deseja,
E não me solta o chamamento...
Este canto sombrio onde vivo
Que me intimida, que me mata,
E desmaio naquele momento...
A saborear o imaginário
A aprender tudo comigo
Sou um triste único e só
Um alguém de rasto vadio
Sem viver, sem sentir gente
Sem que me aperte o frio ardente
Sou louco e frio quente
Sou amante de imaginária gente...
No canto da solidão
Na triste escuridão
Num buraco fechado
Ou num alçapão...
Sou ninguém, um insecto gigante
Sou pobre, mudo e irritante
Porque me metem aqui e sentem felicidade
Apenas para me ver longe sem que me contem a idade?
Estou cheio de ser ninguém...
E viver sempre um passado...
Porque tudo é igual, e tudo é um fim fatal
Se já sei, se já não me salvam nem me querem
Morrer antes do tempo será morte igual...

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