13.6.05

Este espaço curto de terra
Que me prende, que me deseja,
E não me solta o chamamento...
Este canto sombrio onde vivo
Que me intimida, que me mata,
E desmaio naquele momento...
A saborear o imaginário
A aprender tudo comigo
Sou um triste único e só
Um alguém de rasto vadio
Sem viver, sem sentir gente
Sem que me aperte o frio ardente
Sou louco e frio quente
Sou amante de imaginária gente...
No canto da solidão
Na triste escuridão
Num buraco fechado
Ou num alçapão...
Sou ninguém, um insecto gigante
Sou pobre, mudo e irritante
Porque me metem aqui e sentem felicidade
Apenas para me ver longe sem que me contem a idade?
Estou cheio de ser ninguém...
E viver sempre um passado...
Porque tudo é igual, e tudo é um fim fatal
Se já sei, se já não me salvam nem me querem
Morrer antes do tempo será morte igual...

4.6.05

tempo para quem?

E de repente, tudo desapareceu mais uma vez...É melhor pensar que nunca esteve lá, que foi uma passagem encandescente que me pregou ao sitio, é melhor pensar no amanhã com o por do sol nos olhos, e tudo será diferente. A minha pele muda enquanto me devoram o coração, e num curto espaço de tempo sou dois em um e não sei por onde me reconstruir, viver cada dia é dificil, é melhor pensar que cada dia é diferente no tempo, apesar de igual no espaço...Talvez assim esqueça velhas passagens que não me marcaram nem me prenderam, pior que isso, foram passagens que trairam os meus sentimentos e fizeram abanar a mente ao ponto de sentir que a loucura existe, que há pessoas que não conhecem o ritmo da vida, que querem que tudo seja hoje e nunca depois, e quem as paga é quem tá à volta. Tempo perdido...