19.5.05

Se eu andasse sem ver, será que encontraria o caminho? Terá a mente capacidade de projectar um rumo e recordando cada passo, saberá onde virar ou parar mediante obstáculos? Bem...Não é impossivel a mente guiar-nos, mas muitos obstáculos movimentam-se, e pondo isto contra o meu lado...Será que também eu sou um obstáculo para alguma mente? Na possibilidade do "não ver" seria melhor estar parado, para que alguma mente cega pudesse parar e falar... Talvez aos olhos mortais seja uma coisa sem vida e a cegueira provocasse uma imagem interior primordial, e não exterior como já é habito nos humanos... Não é que esteja habituado a ser um "obstáculo" mas cada vez mais acredito que uma árvore atrai mais que um poste de iluminação... Enfim, é lógico!
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"Se pegarmos na Bíblia Sagrada e a pusermos ao vento e à chuva, as palavras começarão a apagar-se e ficarão inlegíveis... A nossa Biblia, é apenas o vento e a chuva..."
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Expressão dita por uma mulher nativa dos E.U.A., da religião Wicca, uma religião onde as pessoas são pacificas, contra a violência, não sabem o que quer dizer "feio" ou "bonito" para eles, viver é bom, estão sempre bem, tenham muito ou pouco, e não conhecem palavrões, actos de violência ou que, de alguma forma, magoem alguém... Deviamos ser todos assim, o mundo devia ser assim! Mas as pessoas ambicionam sempre mais e melhor, até nas pequenas e simples coisas da vida, e isso estraga tudo, a violência nasce daí, a ansia de ter e roubar nasce daí, a sede de matar para obter nasce daí... Eu não viro as costas à realidade, embora nem com um milhão como eu chegaremos a algum lado, quem tem armas e poder vale mais que isso! A triste realidade em que caminhamos e a miserável vida para a qual vivemos e que vamos sempre ter... Bem...Deu-me para falar de tudo...Quando posso, aproveito para criticar...Paz aos que estão e sorte para os que lutam pelos direitos que merecem!

12.5.05

Caio em encanto
Ouço um canto de cores
Preso no verde manto
Rodeado por mil flores
Não há barulho, tudo é calmo
A beleza do silêncio que se merece
Ver o pequeno arco-íris a voar
Que entre flores permanece
É a doce borboleta de muita cor
Que sorri à beleza natural
Voa de flor em flor
Entre as mil do meu quintal
Onde vais borboleta,
Que voas sem direção?
Tens o dom da liberdade...
E o mundo na tua mão...

10.5.05

Sou um insecto... Mas porque me mata esta borboleta?... Sou assim tão mau para não me chegar, nem conseguir falar?Mas é... Não consigo abrir o meu interior para que me descubra, não consigo estar perto, e quando estou, não me consigo chegar o suficiente, porque alguma coisa me impede...Será que não mereço? Ou é mesmo esta minha vergonha que me está a matar e não a borboleta? Eu só queria que ela me achasse bem, e que não me quissese ver abaixo dela, se calhar são só ideias minhas, não sei, já não sei nada...A verdade é que gostava de ter uma pessoa destas por perto, livre, sempre a voar, como num sonho! Gostava de poder manter um diálogo com uma pessoa destas, sempre a viajar, sempre solta e alegre! Solidificar uma amizade, ver-me numa núvem, era tão bom...E não consigo! Por favor, ajudas-me? Não tenho medo de ti, tenho medo de mim, tenho medo de todas as borboletas e de ti não...

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- Credo, onde estou?
- Na lua...não dá pa reparar??
- Lua?? tão brilhante e sem buracos?? ...A lua não é assim!
- Acredita, esta é assim, foste tu que a fizeste...Quando acordares percebes...

3.5.05

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Sou um zero, um elemento que sozinho não faz sentido, que não tem valor, e outros ao pé de mim, juntam-se para terem valor... Um zero no amor, um zero na experiência, um zero na vivência. O resto, são caracteristicas humanas, normais de qualquer ser, chego a pensar que vivo num planalto seco, onde os montes crescem para baixo, e onde não há cor, porque não pode haver, porque não faço sentido se for melhor, maior ou se for mais longe, vivo num traço que acabará só na morte e não tenho vivência para a experimêntação, reflicto no que faço pelo mundo, e o mundo nem sequer olha para mim, passa-me tudo ao lado, como passo ao lado de tudo, sem nada dar por mim. Continuo neutro à vida, como o zero, nem mais, nem menos, sou um zero que não passou daí, e faço tanto por toda a gente, e nada por mim. Não me irei derrotar por querer ver o sol e tudo ficar a preto e branco, não me irei desiludir por falar e ninguém me ouvir, enquanto for um zero, alguém há-de ser feliz à minha conta...como já é hábito...e nada para mim. A ansia já não me aperta, porque já não vive em mim, a procura já não me cega, porque já me fartei de tentar encontrar o verbo que se diz trazer felicidade a uma vida...Mas se durante tantos anos em nada me afectou, não é agora que me há-de atingir. Continuo a ser um zero...como sempre...