Como de tempo que nunca pedi
Invento um silêncio merecido
Como de tempo que nunca faltou
Mereço o silêncio do invento perdido
Da alma ao dentro corpo que me tenho
Faço do escuro um canto precioso
De dentro e que tenho feito à alma
Faço do canto um vertice demoroso
Sem saber o que mereço a pedido
Solto no ar a fúria cá metida
Sem merecer e pedindo para saber
Solto ao vento a fúria no ar perdida
Desloco-me ao solo para me encontrar
Invento o silêncio de quando nasci
Encontro deslocamento no solo merecido
Nasço no invento que silenciei em ti
Intrepido vento que arrasta mais um pouco
E leve sou eu como quando morrer
Arrasto suave o leve sentimento
E morro leve para voltar a nascer
Sinto-me solto e caio no meio de nada
Tonto a pairar e a vigiar ninguém
Nada sinto e caio solto
Ninguém paira e sou um tonto a viajar no além
A quem livre me dou eu não sei
E que acontece quando acabar não saberei
Sou livre e nada ninguém me deu
Não sei o que se deu nem sei como acabei
2 comentários:
Tortura
Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida verdade, o Sentimento!
-- E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...
Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
-- E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...
São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!
Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!
Odeio o dia em que te conheci
E o modo como tu me alhaste.
Odeio uma vez ter pensado em ti
E tu nunca em mim pensaste.
Odeio o teu jeito de sorrir
Pois sinto-me ainda mais apaixonada
Mas odeio cada vez mais os teus olhos
Que me deixam tão desorientada
Odeio o modo como me falavas
E não resisto ao teu caminhar.
Odeio tere-me feito rir,
Quando agora só consigo chorar.
Odeio pronunciar o teu nome
Por ser tão igual ao meu.
Odeio alimentar esta esperança
Sabendo que é inútil, mas que não morreu.
Odeio acreditar nas tuas palavras
E o modo como cortas o cabelo.
Odeio estar tão ligada a ti.
Por favor tira-me deste pesadelo!
Mas digo a verdade ao mundo:
Odeio, principalmente,
Nãso te conseguir odiar
Nem tão pouco, nem por um segundo!!
Carina
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