27.3.06

Alicerces da minha vida

Mais um minuto daquilo
E desfaço-me completamente
Que berros, que aflição
E eu ao lado sofro suavemente!
É este monte e esta floresta
Onde me fiz e onde me educaram
Mas a cor natural às vezes falha...
E agora as turras não param!
E eu? Que posso eu fazer?
Nada, Fico parado a assistir
Ou fujo e corro para longe
Não são coisas que consiga ouvir!
Só não queria que fosse assim
Não queria que isto pudesse piorar
Não queria o monte afastado
E ver a floresta engolida pelo mar
Posso plantar esperança em mim
Neles nada posso fazer
Preferia o sofrimento...
Do que ver isto morrer!
Vou só deixando muita cor
Talvez a alegria venha depois
E espero ver no meu mundo
Sempre juntos estes dois!!!

24.3.06

Mais um sonho...


Onde irei eu sem conhecer ninguém
Mudar o que é impossivel
Um destino incerto e porém
Nódoa dum ser sempre invisivel
Dou-me um chance de resistir
Onde a guerra parou de chorar
Na colina verde e azul que custa a subir
Algures num mundo onde não há fome de matar
Sim, sou eu e essa minha fantasia
Marca de luz que me faz viver
Importante no meu dia-a-dia
Na melhor altura e até quando estou a sofrer
Horas que passam sem me querer ver
As minhas memórias são o melhor espelho
Será sempre a maneira de me entender
Mais além do meu céu laranja e vermelho
Antecipo mais uma vontade
Onde o querer passa por bem-estar
Sopro o vento por necessidade
E morro outra vez para me libertar...
Ouço aquela luz que me chama
Mudo de rumo ao seu apelo
Entardece no paladar o sabor que me ama
Um dia mais para poder entende-lo
Digo que não, que não vou mais subir
E o monte abre-se para mim
Serei eu o rio do mundo onde tento não cair
Terei eu um lugar no sitio que vai ser o meu fim?
Imagino...E sinto-o assim
Não me vejo sem o meu perfeito cúme de esperança
Olho a toda a volta e há quem chame por mim
Impeço-me de sair daqui, e a subida já cansa...
Não, não vou cair nem sequer parar
Construí algo que vai ser o meu futuro
Entre fogo e destruição não vou abrandar
Romperei o teu lago de chamas e saltarei esse teu muro
Tenta tirar-me daqui e verás que não vale a pena
Olha à tua volta e tudo é maldade
Não há mais ninguém que me acena
Onde estive nunca deixei saudade
Fartei-me de um mundo sempre igual
Inventei o meu onde há prazer
Mostra-me um sitio onde não há mal
Dirte-ei se posso ou não lá viver
Onde vou também não digo
Morreria de traição
Um mundo onde não há perigo
No centro do meu coração
Deitei tudo fora que não me desfaço em valores
Ontém era mais um, hoje sou novo de amores!

23.3.06

Há felicidade lá fora

Nos canticos daquele rouxinol
Vi alegria e pura liberdade
Lembrou-me da beleza que me dá o sol
E trouxe à tona a minha felicidade
Ver que um simples e pequeno ser
Pode fazer a natureza bela
Dá-me vontade de viver
E tar na vida bem dentro dela
Saber amar, querer e surpreender
E tudo poder olhar e avistar
Afinal a vida até é bela de se ver
E não é preciso sequer sonhar
Basta procurar esse local
O sitio do nosso bem-estar
Quero a natureza afastada do mal
No sonho onde acordado vou ficar
Perdo-o tudo e não guardo rancor
Quero em tudo que tudo esteja bem
Fazer do mundo um sitio de amor
E da guerra um acto de ninguém
Espalhar a paz e a bondade
Que toda a gente se una comigo
Fazer do erro humildade
E a ninguém dar um inimigo
Posso passar do sonho ao real
Fazer um mundo perfeito e distinto?
Posso dar um coração, desfazer o mal,
Dar a cada mente isto que eu sinto...?

18.3.06

O amor não gosta de mim

O amor, afinal o que é o amor?
Uma corrente controversa
Um fio de linho que arde sem calor
Ou a mania de usar uma palavra preversa?
É o duro, fanático amor...
Que nos desilude e nos dá volta à barriga
Que nos faz perder tudo sem voltar a por
E no fim não passou de uma cruel intriga...
O amor, haverá maior sofrimento que isto?
Não podemos pensar sem pensar noutra alma
Não conseguimos agir sem que o acto seja um misto
E pensamos só em como não perder a calma...
É verdade, o amor também é bom
Mas quando nos ataca o ruim lado dessa paixão
Preferiamos que não houvesse nenhum som
Naquela altura onde quem falou mais alto foi a tentação...
Ai que dor, que dor em não te tocar
E passar a noite contigo
Fico horas a vê-las passar
E nem um olhar, nem nada te digo...
Que castigo!
Que horrivel sensação!
Eu sou teu amigo...
Mas pede mais o coração!
Não consigo parar de pensar em ti
Isto assim vai acabar por me matar...
Eu até medo tenho do que já vi
Mas prefiro deixar andar...
Se tenho ciúme e não me despego
Alguma coisa significa em mim
Se paro para pensar em ti
Já não faço nada que tenha fim...
Assim não vou a lado nenhum
E já me fartei de sofrer
A verdade é que sou mais um dois em um
Penso em ti desde a manha até ao dia morrer

12.3.06

sentidos por ti

Cheio de um vazio que tudo tem
Apologista de uma ideia inventada
Recordo algo que nunca foi meu
Invento o passado numa ideia ultrapassada
Nada do cheio o vazio já tem
Aparece alguém que me desperta
Peço uma mão dá-me tudo
Entre a porta nunca aberta
Ridiculo sangue que não fervilha
E a tua ajuda é tão dolorosa
Impede-me de sofrer feliz
Rente ao amor que soltei em prosa
Aponta-me o dedo de mão fechada
Castiga-me com doces tragos de letras
Atreve-te a mentir com a verdade
Ri-te de mim sem que um sorriso prometas
Incapacita-me de voltar à triste memória
Navega sem nau no meu seco rio
Aproxima-te sem que perto seja
Pede que tudo te neguem neste meu navio
Enquanto olho por ti sem que nada veja
Rondo os meus 5 amigos primeiros
Encontro o teu olhar no paladar
Incacitado de ouvir quando toco os teus cheiros
Raramente cegado por te ouvir falar
Apetece-me tocar o sabor do teu doce olhar...

11.3.06

Amanhece

Saboreio em doces de mel
O aperto que de ti ficou
Que me eleva ao distante incerto
Que o vazio do tempo me deixou
No silêncio das paredes
Que tanto segredo têm para dizer
Deposito a minha sóbria embriaguez
Do calor do teu corpo que nunca quis perder
Amanhece rápido demais
A curta temporada é longa para mim
Escapa-me entre os dedos o nó
Que me aperta em folhas de cetim
Alimento mais um sonho ou dois
Mais uma imaginação que passa clara
Custa-me sentir saudade
E o meu coração não para...
Ando a toda a velocidade
Entre a chuva e sol escaldante
O tempo tornou-se uma gratidão
E o destino um amargo adoçante
Não sei, não quero tudo saber
Não quero acordar para voltar a nascer
Nem o olhar me desperta a razão de sofrer
Nem tenho vontade de um dia vir a morrer
Vivo o mundo como o mundo vive cada dia
E amanhece sempre rápido demais...
Os sonhos já pouco me alimentam
E a imaginação nunca me diz para onde vais...
Apetece-me fujir e gritar
Partir as janelas da memória
O que guardo está-me a matar
Um passado numa triste história...
Nunca fui amado com amor desconhecido
E o que tenho de mudar ninguém me diz
Eu só queria rebentar de alegria
Ter a opurtunidade de ser feliz!

4.3.06

A de "amor"

Fiz um novo ponto de partida
Uma quebra de ritmo que alterou a noite e o dia
Produzi uma paragem no teu imerso tempo
Que me prendeu rente ao chão do céu onde mais ninguém subia
Fiz do sol o teu anjo
E de mim um mero amigo
Fiz com que o mar te guardasse
E as ondas fizessem sobre ti um abrigo
Queria só ver-te sorrir ou chorar de felicidade
E mostrar-te o mundo da simplicidade
Já que não sou mais do que o que fiz de mim
Já que sou feliz, tu podes ser feliz assim...
Porque não te quero dar o mundo,
Não consigo!
Porque não te quero dar a beleza,
Eu vejo e não é preciso!
Porque não te quero dar tudo num segundo,
Não consigo!
Porque não quero parar a tristeza,
Eu existo e sou teu amigo!
Porque o amor é mais forte que as palavras
E consegue vencer a mágoa que tu me trazes
Verdadeiro amor é sentir a vibração ao longe
E viver intensamente a falta que tu fazes...
Sei que não te posso ver nem falar
E vou sabendo o que cresce dentro de mim
Reconheço o sentimento que me veio assassinar
E mata-me mais e mais... Até que por fim...
Já não te posso dizer que é igual
Que tudo é uma mera boa amizade
Não consigo mentir ao coração
Pedir-lhe que deixe de sentir saudade...
Que faço eu em momento tão embaraçoso
Sem querer magoar-te e perder-te
Já fiquei calado que chegue...
Farto de pensar que não posso merecer-te
Vaga luz que ainda cobres o meu espirito
Leva lá longe o som da gratidão
Mostra-me a cor de que fazes o sentimento
Liberta-me e faz de mim boca de um coração...