23.1.06

Não sei quem sou #2

Alegre ou mais triste?
Afinal, como é que eu estou?
Alguém me ajuda a encontrar-me?
Alguém me diz onde vou?
Fiquei-me no meio de emoções
Ando perdido nos cantos do meu ser...
Eu bem tento saber qual a metade nisto,
Mas já nem sei se tou contente ou a sofrer!
Que grande labirinto!
Ninguém me ajuda a sair daqui?
Tá tudo contra mim?!
E pensar que foi por eles que sofri!!
Não tenho mesmo alternativa
Vou ter que sair sozinho...
Não sabia que era esta a paga
Quando se vive a ser bonzinho!
Talvez deva mudar, alternar,
Chorar, e saber quando me devo criticar
E só para mim e a mais ninguém meditar
Os problemas que não quero contar!
Que desafio este que me ponho a mim...
Tentar fazer aquilo que não sou
Mas talvez me encontre sem ninguém
E sozinho, talvez saiba onde vou!

20.1.06

Queria nada e quero tanto

Queria-te entender, ter o teu ponto de vista
Gostava de saber em que lugar estou na tua lista
Queria jurar que estaria contigo para sempre
Queria que me amasses sem que eu mais insista...
Queria-te fazer ver o meu mundo de liberdade
Gostava que o olhasses e com toda a verdade,
Queria que te unisses a mim e numa nova vida
Queria que me cortasses esta grande ansiedade...
Queria-te fazer carinhos e dar-te o meu coração
Gostava que me lembrasses da primavera e então,
Queria te dar todas as flores do mundo
Queria que nada do que faço fosse só em vão...
Queria-te largar no oceano mais profundo
Gostava só que te unisses ao reflexo do mundo
Queria que a lua fosse tua companheira
Queria que eu não fosse só um perdido segundo...
Queria-te matar a dor e a fome da felicidade
Gostava de te ajudar no bem e na maldade
Queria entregar-me todo e no belo aliado,
Queria ser mais do que simples vontade...
Queria-te dizer tudo isto e muito mais
Gostava de saber para onde agora vais
Queria que ficasses perto e quando morresses
Queria que visses que só caio quando tu cais...
Queria-te seguir para mais te poder ver
Gostava de estar perto mas não o devo fazer
Queria dar uma volta a isto e por um fim
Queria que tudo isto não me fizesse sofrer!

19.1.06

Tu já nem nada

Tu já nem dizes nada
Já não mereço a tua explicação
Tenho a alma esmagada
E a sorte engolida pela tentação!
Tu já nem olhas da mesma maneira
Já não respeitas a minha decisão
Eu a olhar para uma vida inteira
Não acredito que se acabou a nossa paixão!
Tu já nem dizes olá nem adeus
Já não entendes a minha vida
E não consigo passar sem os meus
Sei que nunca vou encontrar saida!
Tu já nem me recebes como igual
Já não olhas com aquele jeito
Eu nunca te quis fazer mal
E trazia a tua face no peito!
Tu já nem respondes com calma
Já não impedes o mau sentir
E eu a viver uma vida sem alma
Faço força até para sorrir!
Tu já nem queres ajudar
Já não mostras que gostavas de mim
Eu com tanto sem poder respirar
Não sei se aguento mais assim!
Tu já nem tocas no meu corpo
Já não fazes baixar o escaldão
Estou capaz de cair só com um sopro
E nem sinto o teu coração!
Tu já nem fazes nada por eu estar a morrer
Já não fazes da vida uma tela pintada
Eu não queria nunca ouvir dizer
A nossa vida foi só tinta estragada!

17.1.06

Dona do Mundo

Fui cortado em pedaços de luz
Ancorado pelo cabelo que me seduz
Sou vapor do teu corpo açucarado
Sou o teu futuro e o teu passado
Ateaste a leve memória que trazia de ti
Embebedaste-me com a beleza que senti
Fui empurrado para beijar o luar
Imaginei-te ao meu lado a cantar...
As ondas que te viram passar
Sossegaram o vento e o mar
Os prados onde tu pisaste
Ficaram leves como sonhaste
Foste tu, que puseste o mundo a sorrir
Ensinaste a toda a gente como não mentir
Exploraste os negros sitios da terra
Fizeste estancar sangue e paraste a guerra
És senhora dona da grandiosa alegria
Forçaste a vida a quem morreria
Engoliste pecados e enganos
Mostraste a todos o sonho que gostamos
Foste apenas tu que ressuscitou o pobre caído
Lhe fez ter o que não havia merecido
Emanaste beleza escrita em poesia
Deste um novo rumo a esta nossa vida
Do meu para o teu canto de bondade
Efémero abrupto de saudade
Em curto termo do já falado
Fazes da beleza um raro achado

16.1.06

Sabes?

Vem meu amor
Destapa-me os olhos se conseguires
Ensina-me a viver contigo
Vou até onde permitires
Vem e dá-me a tua mão
Mostra-me o teu caminho
Consegues ser só minha,
E dar-me o teu carinho?
Anda, não percas o passo
Vou onde queres ir
Nem tentes virar as costas,
Eu não vou fujir...
Ficarei sempre perto
Mesmo longe vejo-te sempre
Sabes o que é viver contigo,
Todos os dias na minha mente?
Vês como és importante,
E finjes ser igual?
Se calhar não sabes...
E eu não te levo a mal!
Mas não perturbes o pensamento,
Sei que não importo tanto
Nem te ocupo o tempo
Não morrerei no teu canto...
Pelo menos sei quem és
O que faria eu contigo
Viverias uma fantasia,
Ou ganhavas só um mais-que-amigo?
Deixa lá...
Não tenho tanta categoria
Mas quem sabe,
Se não me tiras a venda um dia?

11.1.06

Traição

Afinal foi tudo uma falsidade
Encontrei as cartas que não recebi
Tu a sujar o meu nome com maldade
E eu sempre a sofrer por ti
Deste a volta ao meu olhar
Enlouqueceste com as tuas questões
Nunca pediste para te amar
Enrolaste-me nas maiores ilusões
Foi como água que turvou no secreto adeus
E amargou o meu belo pensamento
Transformaste um delírio em segredos teus
Não levaste a sério o sentimento
Sozinho fiquei à espera do teu elixir
Tu brincavas com um senhor alguém
Sozinho pensava que te ia sentir
E agora sei, sou mesmo senhor de ninguém
Não atento ao que fazias lá distante
Sonhava com os olhos no futuro
E sem saber desse teu amante
Pensava em nós sólidos que nem muro
Imaginei a tua suave pele com novo tom
A tua boca doce, o teu fatal olhar
Mas não sabia desse teu dom
Que um dia me viesse a magoar
Só a terra ficou com as lágrimas que chorei
Só o vento sabe a mensagem que ficou
Só eles sabem o tanto que te amei
Só eles merecem a amargura que me estonteou
Não quis que soubesses que eu sabia
Não quis mostrar a mim o teu mal enfriado
Mas quero que saibas que por ti morria
Nem que fosse pela mágoa do passado!
*
Últimamente tenho escrito cenas muito tristes, mas também não quero que pensem que são histórias minhas ou acontecimentos que passei! Eu apenas escrevo o que sinto, não o meu mal, mas o mal que atinge a todos, coisas que se passam no mundo que eu não gosto nada de ver! Cada escritor, seja amante, seja o que for, tem um estilo prórprio, e eu tou a assentar cada vez mais o meu estilo, a tristeza humana... Bem queria que fossem belos os meus poemas mas a verdade é que não consigo escrever nada mais belo que isto, é um estilo que não consigo largar!
Obrigado a todos os que continuam a visitar e a comentar no blog. Com a vossa força, aumenta a minha vontade!

9.1.06

Feiticeira

Voei por cima desse monte de esperança
E que lindas as tuas árvores são
Planejei para te tirar um sorriso
E o teu estilhaço parou-me no coração
Parei para te ver e as asas congelaram
Senti que ia cair do céu a toda a velocidade
Mas fizeste alguma incerta magia
Parecia uma folha morta mas de tenra idade
Fui voando até ti e focava o teu olhar
Enquanto tu parada aguardavas-me inpaciente
Parecia tão longe a minha queda
Não sentia nada, tinha o corpo dormente...
Começaste a correr quando estava perto
Eu chorava por não compreender
Perdi-te no meio daquela tua floresta,
Foi brincadeira ou quiseste ver-me sofrer?
Fui cair ao lago do teu aposento
Abençoado pelos teus olhos de dor
Percebi que era o melancolico sorriso
Que te fazia ter frio no árduo calor...
Não senti o teu defeito nem o teu medo
Senti que essa fuga era vergonha fatal
Não quis ver que falta era essa
E agora sou eu que me sinto tão mal!
Procurei-te pelo verde infinito
Nessa floresta tão feliz
Perguntei por ti a todo o ser
E nada ninguém me diz...
Não sei onde te procurar
E não posso voltar a sorrir
Agora sou pássaro de terra
E não volto a ver o sol sem te encontrar
Congelaste as minhas asas para me teres
Quebraste-me o coração para sofrer por ti
Agora sei que essa tua floresta de vaidade
É o livro de fantasia que eu sempre li
Feiticeira, porque me engaiolaste no teu mundo?
Diz-me que não fui fechado no teu segredo
Conta-me histórias que eu ainda não sei
Liberta-me do teu feitiço, do teu degredo...
A tua bela floresta só guarda dor e tristeza
Os teus casamentos com o mundo são ódio dos enganados
E tu pensas que mereces ter o mundo aos pés
Com os seres que em agonia são mal-tratados?
Não serás rainha feiticeira
Nem sequer o louvor desta criação
Contruiste-a com a dor da beleza
E o gelo do teu coração...

Querida Vida


Vejo-te no rio do acordado sonho
Envelhece-me a vontade de ser jovem
E no leve peso da consciência
Perco a sabedoria de ser homem
Se fico além da juventude
Nada mais fará sentido
Poderei eu aliviar a vida
Se o novo estado me for merecido?
Não, não vou querer alimentar o sonho
E criar barreiras da minha entidade
Parece-me que os frutos nascem sempre
E nem me perguntam a idade
Certo é que ficarei maior e instrutivo
Mas a vida não é só uma instituição
Não quero morrer sábio e sabido
Quero morrer com tudo no coração
Se me valem os queridos males
Também me farão bem os ares de outros tempos
Conseguirei viver a ficar velho
Lembrando sempre os antigos bons momentos?
Claro que a lua vai ser sempre companhia
E o sol na sua beleza me irá iluminar
Eles me farão voltar atrás e recordar
O óptimo passado com que quero ficar
Terei histórias e lendas na manga
Para que todos se lembrem de mim
As coisas boas e histórias da vida
E até as paixões que tiveram um fim
O tempo esse, nunca espera por ninguém
Nem nos oferece a nossa pausa idosa
E eu vou ser sempre sua companheira
A escrever em rima ou em prosa!

6.1.06

Vida Amarga

Não sou poeta, nem feitiçeiro
Mas lança folhas pelo céu inteiro
Não sou mago nem sei se o faria
Mas escrevo feitiços com muita magia
O corpo que me prende ao afogado delirio
Os mantimentos que me alimentam
A possuida loucura que nunca fujiria
São as unicas fontes que me sustentam
E eu nem sequer sei quem sou...
Há tanto por descobrir
E com a vida a meio
Já me apetece correr e fujir
Se soubesse o que sei hoje
Nem tinha nascido
Se houvesse opção dentro do ventre
Preferia ter antes morrido..
Esta minha vida amarga que me atenta
É o refujio da sóbria embriaguez que me faz tosco
E preferia nem andar pelo mundo
Porque morro com os outros e o seu desgosto...
Vou-me matando na ajuda que dou
Entre rumos e finais diferentes
Mas fico feliz ao consegui-lo
Morrer e ver caras contentes
A minha vida amarga,
Nem é triste nem está perdida
A minha pobre vida amarga
É uma bela história sentida
Se não posso fazer dela doce
Que seja o açucar de muita gente
A minha vida amarga,
É a triste história de um poeta carente...

4.1.06

Às vezes...

Ás vezes fico parado no tempo
Gosto de o ver passar
Esperar o que pode acontecer
Saber quem me vai amar...
Ás vezes sinto-me como um sinal
Uma miragem nos teus braços
Nesses braços que nunca agarrei
Dessa lua que eu tanto amei
Da tua pele que nunca esteve perto
E eu tão incerto...
Mato-me no unico sitio deserto
Na minha mente, no meu escuro
Que às vezes me mente e me deixa a ninguém
Que não me ajuda a ver-te mais além...
Só às vezes te consigo perceber
E ver que estás aí
Só às vezes consigo adorar-te
E mostrar o amor que tenho só para ti...
Às vezes percebo...
Que a loucura me imita
E às vezes pareces tão perto
Que há sempre algo que nos limita
Esse tempo que eu nunca gostei
Que desperdicei
E tudo por que também te amei
Tudo porque nunca falhei...
Ver-te amor,
É para mim afeição fatal
E tu na tua procura
Não ousas fazer-me mal
Às vezes sinto que é preciso mais
E só às vezes me sinto capaz
E tu lembras-me do que se passou
Do que ficará sempre lá atrás
Deixar-te à chuva não foi intenção
Magoar-te não foi razão
Proteger-te foi o meu fim
E agora ficaste longe de mim
Se eu pudesse contar o que sinto,
Perceberias que foste a de sempre
Se eu conseguisse ter força
Tinha lutado contra a corrente
Às vezes...
Morro por não te ver
Choro por te querer,
E no cheio da memória
Recordo onde me fui meter...
Um erro não se apaga sozinho
E a solidão apegou-se a mim
Vou morrendo por te amar
E tu vais ser o meu único fim...

Tu como eu

Enviaste ao mundo uma razão
Tremeste com medo da solidão
Agradaste aos teus menos a quem querias
Emanaste desejos mortos enquanto sofrias...
Defeito de muitos sem coração
Morrem aos pares em solidão
Pretendem ter tudo duma só vez
Atirados à chama que tu não vês
Mexe com toda a gente, e sofre com calma
Troca as tuas voltas, liberta a tua alma

3.1.06

MDP - 1º aniversário


49 Posts, 75 comentários, e um ano de blog!! É verdade, parece que está cá há pouco tempo e já lá vai um ano e quase um mês, foi a 10 de Dezembro de 2004 que nasceu o Maneiras De Pensar! Em gesto de agradecimento àqueles que visitam e comentam o blog, um bom 2006 cheio de poesia e continuem a visitar o MDP, eu cá estarei com muitas formas, gestos e maneiras de pensar!

2.1.06

Penso que

Sou ninguém e sou tudo
Ouço mas sou surdo
Vejo no escuro um clarão
E sou cego na minha paixão
Só o amor me levita
E levanta o corpo que dormita
Só a tentação me faz sonhar
Que o amor é só acreditar
Sou muito e sou quase nada
Sou o certo da coisa errada
Leio o que está apagado
E sou o ódio do bem amado
Só a loucura me marca
E me pára desiquilibrado
Só a ansiedade me diz
Que me mexo enquanto cansado
Sou o longe do que está aqui ao lado
Sou a felicidade do meu fado
Só a mágoa me quer encontrar
E contar o que nunca soube falar
Sou pessoa do mundo de ninguém
Sou a morte do que vivo se mantém
E dói o que sempre soube bem
Saber que em nada sou alguém
Ergue o corpo e mostra o coração
Faz do sol a luz que não acontece
Mata a lua com a minha oração
Rouba a saliva que me endoidece
És tu que nada és
És tu que ouves sem conseguir
Tentas ajuda no corpo celeste
Falas à lua sem te poder ouvir
Foste tu que te mataste
Foste tu que do nada saiste
Foi a loucura que te assombrou
E do sangue do diago te nutriste
Fui sempre eu que quis ouvir
Fui sempre eu que quis acreditar
Foi a pura inveja que te deliciou
E o orgulho te quis matar...
Vai, e não voltes a sorrir
Percorre o teu mundo desconhecido
Da saudade nada ficará
E da vontade um marco sem sentido