Voei por cima desse monte de esperança
E que lindas as tuas árvores são
Planejei para te tirar um sorriso
E o teu estilhaço parou-me no coração
Parei para te ver e as asas congelaram
Senti que ia cair do céu a toda a velocidade
Mas fizeste alguma incerta magia
Parecia uma folha morta mas de tenra idade
Fui voando até ti e focava o teu olhar
Enquanto tu parada aguardavas-me inpaciente
Parecia tão longe a minha queda
Não sentia nada, tinha o corpo dormente...
Começaste a correr quando estava perto
Eu chorava por não compreender
Perdi-te no meio daquela tua floresta,
Foi brincadeira ou quiseste ver-me sofrer?
Fui cair ao lago do teu aposento
Abençoado pelos teus olhos de dor
Percebi que era o melancolico sorriso
Que te fazia ter frio no árduo calor...
Não senti o teu defeito nem o teu medo
Senti que essa fuga era vergonha fatal
Não quis ver que falta era essa
E agora sou eu que me sinto tão mal!
Procurei-te pelo verde infinito
Nessa floresta tão feliz
Perguntei por ti a todo o ser
E nada ninguém me diz...
Não sei onde te procurar
E não posso voltar a sorrir
Agora sou pássaro de terra
E não volto a ver o sol sem te encontrar
Congelaste as minhas asas para me teres
Quebraste-me o coração para sofrer por ti
Agora sei que essa tua floresta de vaidade
É o livro de fantasia que eu sempre li
Feiticeira, porque me engaiolaste no teu mundo?
Diz-me que não fui fechado no teu segredo
Conta-me histórias que eu ainda não sei
Liberta-me do teu feitiço, do teu degredo...
A tua bela floresta só guarda dor e tristeza
Os teus casamentos com o mundo são ódio dos enganados
E tu pensas que mereces ter o mundo aos pés
Com os seres que em agonia são mal-tratados?
Não serás rainha feiticeira
Nem sequer o louvor desta criação
Contruiste-a com a dor da beleza
E o gelo do teu coração...